Meu cão é diabético, e agora?

/
0 Comments

Retirado de: Mãe de Cachorro


Doenças crônicas costumam apavorar as pessoas, mas muitas delas podem ser mais facilmente controladas se a pessoa adotar um estilo de vida mais saudável, o que sempre passará por rever a alimentação. Com nossos peludos não é diferente. Diagnósticos não são o fim, ou muito menos sentenças de morte certa e sofrimento. Muito do tratamento depende da maneira como o encaramos, com determinação para seguir em busca da cura ou do controle, ou negatividade e oportunidade para vestirmos a capa de vítimas.

Portanto, se você quer tornar sua vida e a do seu cão diabético em uma situação que até pode não ser a desejada, mas que ainda assim pode ter qualidade de vida e saúde, leia o texto abaixo com carinho e estude o post de onde ele foi extraído, noblog Homeopatas. A leitura pode até ser um pouco longa, mas salve o link e leia com calma. Afinal, é a vida e a saúde do seu filho de patas que estão em jogo, você com certeza tem interesse no assunto, certo? Bons estudos e não deixe de conferir as 3 opções de cardápio para cães diabéticos no fim deste post!
Observação importantíssima: se você possui um animal diabético, procure o médico-veterinário, realize os exames solicitados, obedeça à regularidade de retornos e procure seguir à risca as orientações. O diabetes mellitus, seja tipo I ou tipo II, é uma enfermidade bastante complexa com a qual não se pode bobear. Não espere conseguir nesse site (ou em qualquer outro site) as informações necessárias para encarar o diabetes sem auxílio veterinário. Isso simplesmente não é possível. O que você pode – e na minha opinião, deve – fazer, é apresentar as informações menos convencionais publicadas aqui (e na bibliografia que consta ao fim do post) ao seu veterinário. É muito provável que ele ou ela sejam alopatas (adeptos da medicina tradicional) e desconheçam as dietas, suplementos e terapias sugeridas aqui.
Cachorro Verde procura adotar uma linha veterinária holística (ou integralizada). Isso significa enxergar o animal na íntegra e buscar benefícios à saúde como um todo. Essa, aliás, é a beleza do olhar alternativo. Homeopatas, acupunturistas, fitoterapeutas, etc, entendem que tratamentos focais, com base apenas em sintomas, não abordam profundamente aquilo que levou o organismo a adoecer. 

Por disporem de várias outras ferramentas para a cura e acreditarem no poder que o organismo tem de se recuperar, profissionais holistas adotam uma postura muito mais otimista e menos condenatória em relação às enfermidades. Veja o que o médico-veterinário norte-americano Martin Goldstein, clínico homeopata e acupunturista do Smith Ridge Animal Center em Nova York, tem a dizer sobre o diabetes:
”Tratar diabetes com injeções de insulina para o resto da vida do animal não é cura. Eu também ensino proprietários a administrá-la e regular o diabetes. Mas como veterinário holístico também tento fazer com o que pâncreas recupere o equilíbrio e volte a produzir sua própria insulina. Em muitos casos a glicemia declina a um nível normal e estável à medida que o pâncreas é restaurado. Para uma cultura condicionada a aceitar o diabetes como uma doença crônica e incurável, tal afirmação pode soar miraculosa. Mas uma vez que todos temos uma conversão de virtualmente todas as células do nosso organismo a cada sete anos – e os cães e gatos, provavelmente a cada três anos – por que o pâncreas não deveria se reparar? Cães diabéticos, em relação a gatos diabéticos, são um desafio maior, mas as chances de recuperação com métodos holísticos são certamente melhores do que usando somente a medicina convencional, que basicamente não oferece ao pâncreas a chance de se curar e não aborda a condição degenerativa original que conduziu o animal a esse quadro.”
Dieta natural para cães diabéticos 
A dieta caseira especial para cães diabéticos visa a controlar a glicemia (evitando flutuações), manter o peso ideal e reduzir o desgaste sobre o pâncreas. Atente para as seguintes orientações:
- Evite terminantemente alimentos que contenham açúcar (é hiperglicemiante) e gordura – o pâncreas produz uma série de enzimas que participam da quebra da gordura. Ofereça apenas metade do óleo acrescentado à dieta de cães saudáveis e nada de carnes gordurosas.
Alimentos benéficos: vagem (contém substâncias similares à insulina), abóbora e abobrinha (ricos em fibras), brotos de alfafa, salsinha, alho (reduz a glicemia e melhora a digestão); pão de centeio, e iogurte (é alcalinizante e ajuda a contrabalancear a acidez do diabetes).
- Frutas e legumes também são bons alcalinizantes naturais. As frutas podem ser oferecidas diariamente como petisco no lugar de biscoitos (proibidos para diabéticos). A frutose – açúcar das frutas – é até benéfica, atuando de forma similar às fibras, e é permitida na dieta. Apenas evite oferecer frutas junto com as refeições. Prefira servi-las como lanche.
É importante oferecer ao máximo alimentos crus para animais diabéticos. Assim sendo, carnes, legumes, frutas, ofereça crus. Cozinhe apenas ovos, peixes e cereais e grãos. Comidas cruas são muito mais estimulantes para o pâncreas e reduzem a glicemia.
Ofereça de duas a três refeições por dia. Veja qual freqüência de alimentação funciona melhor para você e seu pet, levando em consideração também as orientações do médico-veterinário.
Mantenha a consistência nos horários e no conteúdo a ser oferecido. Sirva as refeições sempre no mesmo horário e não varie o tamanho das porções. Aliás, tome cuidado com variações nos ingredientes, já que com isso podem ocorrer oscilações glicêmicas, o que não é bom. A regularidade é a chave para o sucesso.
- A dieta indicada para diabéticos possui alto teor de fibras (15%), carboidratos complexos como vegetais, cereais e batatas (55%), nada de açúcares simples, pouca gordura (20%) e quantidade moderada de proteína (15% a 30%).
Fibras extras podem ser adicionadas à dieta. Elas absorvem água, reduzem a passagem do alimento pelo estômago (promovendo a sensação de saciedade) e aumentam a velocidade do alimento no intestino, o que reduz a absorção de glicose. Boas opções incluem: metamucil (psyllium husks) sem açúcar, abóbora, abobrinha e bran (farelo de trigo).
- Se o cão já está magro ou caquético em função do diabetes descompensado, não ofereça uma dieta rica em fibras ou ele continuará a perder peso. Cães magros devem primeiro chegar ao peso ideal comendo uma dieta normal de manutenção com baixa quantidade de fibras. Chegou ao peso ideal? Entre com a dieta para diabéticos.
- Em caso de constipação, ofereça abóbora e/ou um pouquinho de fígado cru para amolecer as fezes.
- Além de comer uma dieta especial, seu cão precisa se exercitar. O exercício físico promove perda de peso e elimina a resistência à insulina induzida pela obesidade. Também tem efeito hipoglicemiante, já que aumenta o transporte da insulina ao aumentar o fluxo sangüíneo e linfático. De preferência, exercite o animal sempre no mesmo horário. E leve a sério. Exercícios esporádicos ou árduos demais podem levar à hipoglicemia grave.
Exercícios regulares previnem e combatem a doença
Suplementos
Segue uma relação de suplementos adotados por veterinários holísticos e, creio eu, pouco conhecidos no Brasil. Caso tenha interesse em utilizá-los, discuta a viabilidade com seu veterinário e, mediante autorização dele, vejam onde podem conseguir cada item e em que quantidade oferecê-los.
  • Cromo
É um mineral que ajuda a estabilizar os níveis de glicose no sangue e aumentar a energia. Estudos mostraram que os diabéticos tendem a ter menos cromo na corrente sanguínea em comparação com não diabéticos. A suplementação com cromo pode potencializar os efeitos da insulina. Prefira utilizá-lo na forma de picolinato de cromo (chromium picolinate). Se usar cromo vendido para humanos, a indicação é de 100 miligramas para um cão de porte médio. Alimentos que contêm cromo: batatas, pimentão verde e maçã.
  • Fator de Tolerância à Glicose (GTF)
Ajuda o organismo a regular a glicemia mais efetivamente. É naturalmente presente na levedura de cerveja.
  • Vitamina E
Importante, pois reduz a necessidade de insulina. Dê 25 UI a 200 UI (ou miligramas) dessa vitamina todo dia ou ofereça alimentos ricos, como óleos vegetais (girassol, oliva e milho)
  • L-carnitina
É um aminoácido indicado por suas propriedades mobilizadoras de gordura.
  • Vitaminas B e C
Em alta dose não são recomendáveis, pois reduzem o efeito da insulina e estimulam a micção.
  • Solução homeopática de pâncreas diluído
Produto que visa a reativação das células produtoras de insulina. Consulte um veterinário homeopata para mais informações.
  • Enzimas pancreáticas, “pancreas drops” e pâncreas glandular cru
Empregados com o mesmo propósito do item anterior. Muito utilizados por veterinários holísticos norte-americanos.
  • Rehmannia 16
É uma erva chinesa notória no Oriente por auxiliar no tratamento do diabetes.
  • Goldenseal
Também chamado de Hidraste ou Hydrastis canadensis é uma erva muito utilizada para regulação do nível de glicose no sangue. A indicação que encontrei é de uma cápsula para cães de porte médio uma a duas vezes por dia. Verifique com seu veterinário se é isso mesmo. 

* Observação: É imperativo o monitoramento constante em casa (medindo os níveis de glicose na urina do pet) e junto ao veterinário, porque o pâncreas pode, de repente, “pegar no tranco” e começar a produzir sua própria insulina ao reagir positivamente à dieta e aos suplementos.
Nesse caso, a injeção de insulina pode reduzir a glicemia a um nível crítico (hipoglicemia). Para emergências, sempre tenha Karo ou mel à mão. Um dos dois deve ser administrado oralmente o mais rápido possível caso o animal pareça estar trêmulo ou comece a apresentar convulsões. Se ele não estabilizar, corra para o veterinário. 
Receitas naturais para cães diabéticos

Cardápios 
Acompanhe o cálculo da quantidade de alimento a ser oferecida para um cão diabético pesando 10 kg (apresentando peso ideal).
10 kg é o peso do cão
2 – 2,5% do peso dele é o que ele vai comer por dia
10 kg multiplicado por 2,5% = 250 gramas
O cão vai comer 250 gramas de dieta natural para diabéticos por dia.

Divida essa quantidade em, no mínimo duas refeições diárias, de 125 gramas cada. Abaixo estão três opções dessa dietas (cada uma com comida suficiente para um dia ou duas refeições). Converse com seu veterinário e mostre as composições. Veja se ele prefere que você ofereça apenas uma das opções, todos os dias, ou se ele permite que você alterne as opções.
É importante enfatizar que esses modelos foram desenvolvidos seguindo os moldes considerados ideais para cães diabéticos, ou seja: 50% carboidratos complexos, 25% legumes crus e 25% carnes cruas de baixa gordura e alta digestibilidade.
E os meaty bones crus (carnes contendo ossos)?
Infelizmente, ficam de fora….Como a dieta para diabéticos precisa ter um alto teor de fibras e carboidratos complexos (50%), toda a equação da dieta natural clássica seria alterada. Para não faltar cálcio, entra o pó de casca de ovo. É bem fácil de fazer. Lave bem algumas cascas de ovo de galinha (de preferência orgânicas). Coloque-as no forno (ou forninho elétrico) em temperatura média (180 graus) por 7 a 10 minutos. Depois é só levar essas casquinhas ao liquidificador e bater. O resultado será um pó bem fininho, com altíssimo teor de cálcio natural.
Obs: os modelos abaixo são indicados somente para cães – gatos devem comer outra dieta!

Opção 01: 
130 gramas de arroz integral
60 gramas de batata doce (com casca) batida no liquidificador com um pouquinho de água até virar um purê.
60 gramas de peixe cozido no vapor.
+
1/2 colher de chá de pó de casca de ovo (fonte de cálcio)
1 colher de sobremesa de óleo de girassol
1 colher de chá de iogurte desnatado
1 colher de café de levedura de cerveja
Lasquinha de alho cru (1,5 cm) dia sim, dia não, 1 vez ao dia

Opção 02: 
80 gramas de aveia em flocos cozida
50 gramas de vagem crua batida em purê
1 ovo cozido
60 gramas de cenoura e abobrinha, cruas, batidos em purê
+
1/2 colher de chá de pó de casca de ovo (fonte de cálcio)
1 colher de sobremesa de óleo de girassol
1 colher de chá de iogurte desnatado
1 colher de café de levedura de cerveja
Lasquinha de alho cru (1,5 cm) dia sim, dia não, 1 vez ao dia

Opção 03: 
130 gramas de arroz integral cozido
60 gramas de abóbora + batata cruas com casca, batidas em purê
60 gramas de peito de peru, cru
+
1/2 colher de chá de pó de casca de ovo (fonte de cálcio)
1 colher de sobremesa de óleo de girassol
1 colher de chá de iogurte desnatado
1 colher de café de levedura de cerveja
Lasquinha de alho cru (1,5 cm) dia sim, dia não, 1 vez ao dia.


You may also like

Nenhum comentário:

Comente! Sua opinião é muito importante para nós!

Tecnologia do Blogger.